Envelhecimento e défice cognitivo

Dicas No.425 | postado em Miércoles, 08 Marzo 2023

O tema do envelhecimento e da velhice tem vindo a ganhar relevância social e tem despertado cada vez mais o interesse de profissionais de diferentes áreas de investigação científica. Devido ao aumento da esperança média de vida e à diminuição da natalidade, progressivamente a população mundial tem vindo a envelhecer.
O envelhecimento pode definir-se como um processo natural que ocorre de modo progressivo ao longo da vida e acontece de forma diferente de indivíduo para indivíduo. Depende de variáveis sociais, psicológicas e fisiológicas, tais como: o género, as condições genéticas, as diferenças culturais, o estatuto socio-económico e nível de atividade.
O processo de envelhecimento implica deterioração progressiva, estrutural e funcional, de todos os tecidos e órgãos. O que conduz à vulnerabilidade do organismo, levando a doenças agudas ou crónicas e a alterações fisiológicas, que se manifestam em por exemplo, começar a ouvir mal ou ficar com o cabelo todo branco.
A cognição engloba vários domínios do funcionamento cerebral que se traduzem no que chamamos de funções cognitivas. Estas incluem a perceção, orientação, atenção, linguagem, memória e funções executivas, tais como a abstração, resolução de problemas e raciocínio lógico. Permite ao indivíduo apreender o que se passa à sua volta. No processo de envelhecimento, estas capacidades cognitivas sofrem uma alteração contínua. Estas alterações podem representar um declínio cognitivo fisiológico, ou seja, associado ao processo normal de envelhecimento ou representar um declínio cognitivo patológico, o chamado défice cognitivo.
Sabe-se que a idade é o principal fator de risco para o surgimento de patologias responsáveis por défice cognitivo. O envelhecimento populacional tem levado a um aumento das taxas de incidência e prevalência de doenças neurodegenerativas crónicas, especialmente de demência.
A demência é definida como sendo uma doença neurodegenerativa progressiva e que se caracteriza por deterioração cognitiva, memória e pensamento, alterações comportamentais e dificuldades na realização de atividades de vida diária.
De recordar que, embora maioritariamente, as pessoas com demência sejam pessoas mais velhas, esta doença não faz parte do processo de envelhecimento normal.
O método mais eficaz para a identificação precoce de défice cognitivo nos idosos é a realização de rastreio cognitivo breve, com testes adequados. Este rastreio pode ser realizado pelo médico de família que, no caso de identificar a presença de um défice cognitivo, deverá encaminhar o doente para o médico especialista neurologista/psiquiatra que, por sua vez, realizará exames de neuroimagem.
Os testes de rastreio cognitivo são testes de administração fácil e rápida, permitindo uma caracterização superficial do funcionamento cognitivo e a distinção de situações normais de patológicas.
A saúde mental do idoso torna-se, assim, cada vez mais premente, devendo os especialistas oferecer respostas mais eficientes.

 

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