A bronquite corresponde a um processo de inflamação das principais vias aéreas dos pulmões (os brônquios) provocando o seu estreitamento, dificultando a respiração e originando sintomas como a tosse.
Este processo pode ser agudo ou crónico: a bronquite aguda acontece durante um curto período de tempo; já na crónica, os sintomas ocorrem durante a maioria dos dias do mês, ao longo de pelo menos três meses e em dois anos consecutivos.
Na bronquite ocorre uma hipertrofia das glândulas que produzem muco ao longo das vias aéreas, o que explica a tosse produtiva típica desta doença. À medida que a patologia avança, a limitação ao fluxo de ar aumenta e podem surgir complicações como o enfisema pulmonar.
Em Portugal, trata-se de uma condição muito frequente. De acordo com um estudo realizado no país, a bronquite aumenta de prevalência com a idade, sendo de cerca de 12,5% nos homens e de 10,2% nas mulheres com idades entre os 75 e os 84 anos. Em termos globais, a bronquite afeta cerca de 3,7% da população portuguesa.
A principal manifestação da bronquite é a tosse, que vai evoluindo de sazonal para constante, tornando-se mucopurulenta cada vez com maior frequência. A falta de ar é outro sintoma importante. Já a dor no peito pode resultar da tosse. Na bronquite aguda podem surgir outros sintomas, como dores de garganta, corrimento nasal, cefaleias, dores musculares e fadiga.
A febre não é comum e deve fazer pensar num quadro de pneumonia ou outra de infeção.
A bronquite pode ser causada por agentes infeciosos, como vírus ou bactérias, pelo consumo de tabaco ou pela inalação de pó ou agentes poluentes. Algumas doenças, como a asma, podem ser confundidas com a bronquite. A sinusite, faringite, amigdalite ou a pneumonia podem também originar quadros semelhantes.
É importante saber que a maioria dos casos não requer o uso de antibióticos para tratamento da bronquite aguda. Eles só serão importantes no caso de ser confirmada uma infeção bacteriana.
É fundamental não fumar, evitar o fumo passivo e a poluição e lavar as mãos com frequência para evitar a transmissão de vírus ou outros agentes infecciosos.
Para lá das medidas já referidas, é importante recordar o papel das vacinas da gripe e da vacina pneumocócica na prevenção da bronquite. A primeira deve ser administrada entre outubro e dezembro a todas as pessoas que pertencem a grupos de risco; a segunda deve ser realizada nos doentes crónicos e em todas as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos de cinco em cinco anos. A sua administração pode ser feita em qualquer época do ano.
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