A reforma constitui a transição entre a atividade e a inatividade laboral. Como tal, trata-se de um acontecimento de vida marcante, que nos obriga a utilizar as capacidades de adaptação, exigindo um esforço de reorganização pessoal e social. Esta transição está, frequentemente, associada ao envelhecimento, embora essa realidade se vá desvanecendo com o aumento da esperança média de vida e tantas pessoas reformadas e que ainda preservam a mesma funcionalidade e vitalidade.
Por isso, pensar a reforma é mais do que olhar para a dimensão económica ou para os direitos sociais: é preciso olhar para a dimensão psicológica e entender de que forma, enquanto indivíduos, podemos transitar para a reforma de uma forma saudável e adaptativa.
Cada vez vivemos mais anos e, felizmente, vivemos esses anos de forma saudável e funcional. Por isso, é provável que uma grande parte da população que pede a reforma aos 66 anos de idade se encontre de perfeita saúde. Reformar-se apenas significa deixar de exercer uma atividade laboral, o que pode ser uma escolha e não uma inevitabilidade por questões de saúde.
A vivência da reforma é tão pessoal e subjetiva como a vivência do trabalho e da carreira. Se algumas pessoas podem preferir repousar, para outras a reforma pode constituir um período de viragem, no qual finalmente podem investir em algo que gostam, e até ser mais ativas do que durante os anos de atividade laboral.
Estar reformado significa já não ser produtivo, embora a reforma signifique o abandono do mercado de trabalho remunerado, não significa deixar de ser produtivo. As inúmeras horas em atividades informais como ajudar os filhos ou os netos, bem como outras atividades, traz benefícios para a sociedade.
A reforma pode trazer consigo o medo de que o tempo não passe ou se torne vazio, mas não tem de ser assim. O tempo passa, mas nós somos o piloto, podemos conduzir o tempo e reestruturar as nossas rotinas de forma significativa.
É fundamental, nesta fase, encontrar atividades que concedam estrutura e propósito ao seu quotidiano e, em última instância, à sua vida. Deve evitar sentir que está a fazer algo apenas para passar o tempo, e em vez disso envolver-se em atividades, tarefas e objetivos que, de alguma forma, o preencham.
O período da reforma pode ser um excelente período para aprender, já que a nossa capacidade de aprendizagem se estende ao longo de toda a vida.
Depois de realizar um processo investido de autoconhecimento, é muito importante, a partir daí, experimentar, envolver-se em diferentes atividades ou tarefas, pois só a experiência lhe poderá dizer o que de facto o preenche e faz sentido para si. Tem a oportunidade, nesta fase, de ser criativo e empreendedor.
O mais importante é definir um plano de ação, passo a passo, que o ajude a transitar da melhor forma para uma nova fase da sua vida, a reforma, etc.
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