A dieta mediterrânica é um padrão alimentar completo, variado e equilibrado, baseado em valores culturais e na sustentabilidade ambiental.
Caracteriza-se por.
Um elevado consumo de hortícolas, frutos, cereais integrais, leguminosas e frutos oleaginosos
Utilização do azeite como principal fonte de gordura
Consumo moderado de laticínios e pescado
Consumo reduzido de carnes vermelhas
Ingestão baixa a moderada de vinho
Produtos frescos e sazonais.
A dieta mediterrânica é considerada como um dos padrões alimentares mais bem representados na literatura científica quanto à prevenção de doenças crónicas não transmissíveis, como o cancro. Está associada à redução da incidência de cancro, devido à sua riqueza em alimentos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, com efeito protetor no combate à degeneração celular e ao desenvolvimento de células cancerígenas.
O cancro é a segunda causa mais comum de morte em todo o mundo e sabe-se que mais de 90% dos cancros estão relacionados com fatores de risco modificáveis, como a dieta. Estima-se que mudanças nos hábitos alimentares para hábitos mais saudáveis possam contribuir para evitar o aparecimento de 30-50% dos casos de cancro.
A dieta mediterrânica como um todo, e não apenas considerando os seus alimentos de forma isolada, está associada à prevenção do cancro.
O elevado consumo de hortícolas e frutos, através do seu alto teor em fibra, vitaminas C e E, selénio, folato, polifenóis, flavonóides, carotenóides, cumarinos e taninos, possibilita a prevenção de danos no DNA e tem efeito anti-tumorigénico.
Os cereais integrais são ricos em fibra, vitamina E, selénio, cobre, zinco, fitoestrogénios e compostos fenólicos, com propriedades antioxidantes e anti-carcinogénicas.
O consumo frequente de frutos oleaginosos e moderado de peixe parece reduzir o crescimento das células tumorais, devido ao conteúdo em ómega-3. Os frutos oleaginosos são, também, ricos em compostos fenólicos, como resveratrol, ácido elágico, flavonóides, isoflavonóides, ácido fítico e fitoesteróis, associados também à redução do risco de cancro.
O azeite, principal fonte de gordura da dieta, pelo teor em polifenóis, confere poder antioxidante, anti-inflamatório e anti-mutagénico, que reduz a proliferação de células cancerígenas e protege a membrana celular de metástases. É, também, rico em gordura monoinsaturada, o ácido oleico, com efeito quimioprotetor.
O consumo reduzido de carnes vermelhas, presente nesta dieta, não demonstra risco para a saúde. Já a sua ingestão excessiva está associada a um maior risco de cancro.
A dieta mediterrânica é hoje considerada um modelo alimentar de referência a nível mundial, que, por ser rica em nutrientes com elevado fator protetor, promove a manutenção da saúde e a prevenção da doença.
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